O legado que se conta à mesa
Um dia, talvez num almoço de domingo, ou num jantar qualquer, seu filho se sentará à mesa com amigos, colegas ou com a própria família que formou. Entre sorrisos, olhares atentos e o tilintar de talheres, ele começará a contar sobre a infância que viveu, sobre o lar onde cresceu, sobre os valores que herdou — e sobre quem você foi.
Nesse momento, você não estará lá para interromper, corrigir ou embelezar a narrativa. A versão dele será a única que importa. Ele dirá como se sentia quando você o abraçava ou quando o deixava falando sozinho. Dirá se a casa era um porto seguro ou um campo de batalha. Falará dos conselhos que ficaram marcados e dos silêncios que doeram.
É fácil oferecer presentes, mais difícil é ser presença. É simples ensinar boas maneiras, mas é grandioso ensinar a ser íntegro quando ninguém está vendo. Educar é plantar uma história viva no coração de alguém.
Por isso, que sua paternidade (ou maternidade) não seja apenas um papel biológico, mas um ato contínuo de construção. Que seja feita de escuta, de firmeza com ternura, de correções com propósito, de afetos sinceros e de exemplos coerentes.
Porque um dia, seu filho vai falar de você. E que ele possa dizer, com orgulho e gratidão: “Fui criado com amor, com limites, com fé e com dignidade. Aprendi o que é respeito, vi de perto o que é caráter, e entendi o valor de um abraço dado na hora certa. Meu pai (ou minha mãe) não foi perfeito, mas foi verdadeiro. Me ensinou mais com a vida do que com palavras.”
Que sua vida hoje seja o enredo da boa memória de amanhã. Porque mais do que deixar herança, é preciso deixar legado. E que o seu seja uma história que valha a pena ser contada — à mesa, no coração e na alma.
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