Não jogue fora a bengala: a força da gratidão em nossa jornada
Essa frase é uma metáfora poderosa sobre a gratidão e a importância de reconhecer os apoios que nos conduzem ao sucesso. Quando alguém que esteve em uma situação de dificuldade finalmente supera seus desafios, há uma tendência natural de se afastar das ferramentas ou pessoas que serviram de suporte. No entanto, essa atitude pode refletir uma ingratidão ou uma falta de reconhecimento por aquilo que foi essencial no caminho.
No contexto de vida, a "bengala" pode ser qualquer coisa ou pessoa que tenha ajudado em um momento de fraqueza. Pode ser um amigo que esteve presente nos tempos difíceis, uma filosofia ou fé que deu forças quando tudo parecia perdido, ou mesmo uma fase de aprendizado que nos sustentou até o ponto de superação. Quando nos esquecemos da importância dessas ajudas e simplesmente as descartamos, estamos perdendo a oportunidade de cultivar uma virtude essencial: a gratidão.
Jesus, em Lucas 17:11-19, narra a história de dez leprosos curados, mas apenas um retorna para agradecer. Este único homem reconhece a importância de quem o ajudou em seu processo de cura. Essa passagem reforça o quanto é valioso não apenas seguir em frente após superar os obstáculos, mas também honrar as "bengalas" que nos ajudaram a caminhar até ali.
A filosofia também nos ensina algo semelhante. Aristóteles afirmou que a gratidão é a mãe de todas as virtudes. Ele acreditava que ser grato é reconhecer que não caminhamos sozinhos e que, muitas vezes, dependemos dos outros para evoluir. Isso nos torna mais humanos e nos ajuda a manter o coração aberto para novas aprendizagens e apoios.
Na vida cotidiana, vemos essa metáfora se manifestar quando, após alcançar um novo patamar, algumas pessoas se distanciam de suas raízes, dos amigos e até das crenças que foram pilares nos momentos de dificuldade. Por exemplo, alguém que se torna financeiramente bem-sucedido pode esquecer as humildes origens ou aqueles que ofereceram apoio em momentos críticos. Ao jogar fora essa "bengala", essa pessoa perde de vista as lições fundamentais que moldaram seu caráter.
Por outro lado, a virtude está em reconhecer a jornada e as ajudas recebidas. Muitas vezes, as dificuldades pelas quais passamos são nossas maiores professoras, e os apoios que temos são partes essenciais do processo de crescimento. Quando jogamos a "bengala" fora sem a devida consideração, estamos ignorando os momentos que nos trouxeram até o presente.
O sociólogo Émile Durkheim, ao falar sobre o conceito de solidariedade, ressalta que a interdependência social é o que fortalece os indivíduos e a sociedade como um todo. Ou seja, somos todos parte de uma rede de suporte que se ajuda mutuamente, e reconhecer isso é fundamental para uma vida equilibrada e virtuosa.
Portanto, ao invés de "jogar a bengala fora", o verdadeiro sábio é aquele que, ao ganhar visão, guarda a bengala com carinho, como um símbolo de todas as vezes em que precisou de apoio. Isso não significa que ele deve se apegar às dificuldades do passado, mas sim que valoriza cada etapa da sua jornada, reconhecendo que ninguém caminha sozinho.
A lição final é simples: por mais que tenhamos conquistado, devemos sempre lembrar das pessoas, princípios e ferramentas que nos ajudaram a chegar onde estamos. Afinal, a gratidão não só enobrece a alma, como nos prepara para futuras conquistas.
Muito bom, uma lição que muitos não aprendem
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