Existe uma grande diferença entre viver e existir


Você já parou para pensar na diferença entre viver e existir? À primeira vista, pode parecer uma questão de semântica, mas mergulhar nessa reflexão desvenda camadas profundas da nossa experiência humana. Existir é, em essência, a condição básica de estar vivo, de ter vida. Porém, viver transcende essa definição, englobando como escolhemos preencher cada momento dessa existência.

"A vida não é um problema a ser resolvido, mas uma realidade a ser experimentada." Essas palavras de Søren Kierkegaard, filósofo dinamarquês, nos convidam a olhar além da mera sobrevivência. Viver, no seu sentido mais rico, implica uma série de escolhas conscientes que fazemos todos os dias, desde como gastamos nosso tempo até as relações que cultivamos e os valores que decidimos abraçar.

Viver de verdade significa estar plenamente engajado no presente, aberto e receptivo às experiências e aos desafios que a vida oferece. Envolve explorar paixões, cultivar relacionamentos significativos, buscar crescimento pessoal e contribuir para o mundo ao nosso redor. Existir pode ser passivo, mas viver é uma ação vibrante e intencional.

A Bíblia, em João 10:10, apresenta um contraste similar, onde Jesus diz: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." Esse conceito de "vida em abundância" não se refere apenas à duração da vida ou à saúde física, mas à qualidade de vida que vivenciamos, à profundidade de nossas experiências e à plenitude de nossos corações.

Os antigos filósofos gregos também debatiam essa distinção. Aristóteles falava sobre a "eudaimonia", frequentemente traduzida como felicidade ou florescimento humano. Para ele, viver bem não era apenas desfrutar de prazeres temporários, mas realizar plenamente o potencial humano através da virtude e da sabedoria.

No entanto, viver plenamente não significa uma jornada livre de desafios. Na verdade, são os obstáculos e as dificuldades que muitas vezes nos oferecem as maiores oportunidades para crescimento e autoconhecimento. Cada escolha, cada perda e cada triunfo moldam quem somos e quem podemos vir a ser.

Então, como podemos transformar a existência em vida? Comece por se perguntar: o que me apaixona? O que me faz sentir vivo? Busque essas experiências e atividades que ressoam com seu ser mais íntimo. Cultive relacionamentos autênticos e significativos, pois são eles que dão cor e calor à nossa existência. E, acima de tudo, esteja presente. Afinal, a vida se desdobra no agora, e cada momento é uma oportunidade para escolher viver plenamente.

Viver é uma arte que requer reflexão, coragem e, acima de tudo, ação. Não se contente em apenas existir. Desafie-se a viver de maneira plena e intencional, a buscar uma vida que não apenas seja longa, mas larga, profunda e rica. Assim, quando olharmos para trás, poderemos dizer com confiança que não apenas existimos, mas verdadeiramente vivemos.

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